A geografia das ilhas ao redor do epicentro do terremoto de magnitude 9 que ocorreu na noite de 26/12/2004 foi ligeiramente modificada.
De fato, ao longo de uma zona de ruptura de 400 km, as costas se moveram cerca de vinte metros.
O choque "deu 3 minutos e 20 segundos de vibração contínua na região epicentral, é colossal", disse à AFP Paul Tapponnier, diretor do laboratório tectônico do Globe Physics Institute (IPG).
“O valor máximo do deslizamento da falha para sudoeste é de 20 metros em quarenta quilômetros, e de 15 metros, distribuídos em mais de 100 quilômetros de extensão”, afirma o cientista.
“Também havia movimentos verticais, que podiam chegar em alguns lugares um ou dois metros”, acrescentou o pesquisador, e os terrenos se ergueram, principalmente na região de Siberut, ilha a 100 km de distância. Sumatra Ocidental.

Terremotos também moldam a paisagem

“Todos os terremotos mudam a paisagem. O terremoto é verdadeiramente o arquiteto da paisagem. Todas as montanhas que conhecemos foram moldadas por terremotos ”, explica Paul Tapponnier.
“O último grande terremoto no Chile (1960) deslocou a paisagem em 20 metros e durante um forte terremoto no Alasca em 1964, vimos ilhas se erguendo e encontramos leitos de ostras aos 12 metros acima do nível da maré ”, lembra o cientista.

Um terremoto em Guadalupe em 21 de novembro, com magnitude de 6,3, e a onda consecutiva deslocou o fundo do oceano em algumas dezenas de centímetros, observa Tapponnier.
“Trata-se aqui de um sismo mais de 1.000 vezes mais potente (do que em Guadalupe) e naturalmente estas catástrofes irradiam energia suficiente para dar um impulso à Terra”, sublinha Paul Tapponnier.

Como todos os grandes terremotos, o terremoto de domingo no sul da Ásia sacudiu o planeta como um martelo em um sino, e os sismólogos ainda estão registrando as ondas do choque principal.
No entanto, apesar da tremenda energia liberada, tal terremoto não mudará significativamente o mapa da Ásia, ou mesmo a órbita da Terra.